segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Aldeia Tekoá Pyau participará da 4ª edição dos Jogos Indígenas do Pará







30 membros da aldeia Tekoá Pyau, do povo Guarani Mbya, localizada no município de Rondon do Pará/PA, participarão da 4ª edição dos Jogos Indígenas do Pará, que serão realizados entre os dias 04 e 10 de setembro de 2014, no município de Marapanim/PA.

A aldeia estará representada nas modalidades Cabo de Guerra, Arremesso de Lança, Corrida de 100 metros, Canoagem e Arco e Flecha. Nos últimos Jogos Indígenas, realizados em Altamira/PA, a aldeia levou o primeiro lugar na modalidade de Arremesso de Lança.

Além de participar dos jogos, os Guarani Mbya vão mostrar uma parte de sua cultura tradicional, com a apresentação de uma dança chamada Xondaro e do Coral Mitã Mbaraeté.

O evento é organizado pelo Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, com o apoio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do Pará.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Coral Guarani


 

Apresentação do Coral Mitã Mbaraete Guarani no Forte do Castelo (Belém do Pará) em comemoração à Semana dos Povos Indígenas. 
Foto: Ariana da Silva.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Guarani Mbyá


Os Guarani Mbyá que residem hoje na aldeia Nova Jacundá, município de Jacundá, são provenientes da região Sul do país. Após a separação dos outros grupos Guarani que vivem em São Paulo e até mesmo no Paraguai, seguiram uma migração inédita na rota deste povo, chegando ao Pará em 1994, onde ficaram agregados aos Gavião na Terra Indígena Mãe Maria até que em 1996 o CTI (Centro de Trabalho Indigenista) e a FUNAI adquiriram uma área de terra com uma extensão de 480 hectares, doando a comunidade.

Uma vez estabelecidos e organizados na nova terra os Guarani fundaram uma Associação Indígena que ao longo dos anos vêm trabalhando no sentido de representar o grupo perante os órgãos públicos e privados em nível regional e nacional, fortalecendo a união e a organização tradicional do grupo, bem como promovendo ações conjuntas em defesa dos direitos e interesses comuns da comunidade, entre outros.
Ocorre também que através da referida Associação, a comunidade Guarani conseguiu ainda captar alguns recursos financeiros junto ao Governo do Estado, através de um dos seus programas, chamado Raízes, que os ajudou a melhorar o plantio do arroz e do milho na comunidade.
Junto ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário) local, conseguiram via MANITESE, uma instituição filantrópica de cooperação internacional italiana, recursos que possibilitou a aquisição de algumas cabeças de gado leiteiro para ajudar na alimentação da comunidade, bem como telhas de barro para cobrirem suas casas.
Com o CTI (Centro de Trabalho Indigenista), os Guarani também vem desenvolvendo um importante e rico trabalho de intercâmbio cultural com os seus parentes localizados no interior do estado de São Paulo, ajudando-os a fortalecer a identidade étnica e cultural do grupo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sobre os Guarani

A Aldeia do Povo Guarani, de Jacundá (Pa), fica cerca de 8 horas de viagem de ônibus interestadual até a entrada da BR, onde começa os 18 quilômetros do ramal (estrada de terra) que dá acesso à comunidade indígena, onde vivem 13 famílias Guarani, residentes há aproximadamente 12 anos no local.

A Aldeia Jacundá é de propriedade regularizada e pertence coletivamente aos Guarani, sendo ladeada pela fonte do Igarapé Jacundá, que corre por dentro, utilizado como espaço de atividades em geral: banho, serviços domésticos (lavar roupa, louça), entretenimento, entre outros.

Os Guarani são conhecidos no Brasil inteiro como os "Teólogos da Floresta" por ter em sua base cultural uma religiosidade forte e apurada, com princípios éticos sui generis, filosofia e visão de mundo próprias, além de conhecimentos tradicionais e saberes ancestrais que são reproduzidos na Aldeia a cada geração, com o intuito de fortalecer as relações de parentesco, amizade e alegria desse povo, que resistem cotidianamente por sua sobrevivência física, social, cultural, artística e humana ao longo do processo de anos de enfrentamento sob a pecha de "dominação do branco" ou da "hegemonia ocidental" que ainda hoje, através do Estado e de outros aparelhos ideológicos, mantêm contato, sem jamais esquecer de suas tradições históricas e de seus valores enquanto pertencentes a um povo, o Povo Guarani.

Em Jacundá vivem crianças, jovens, adultos e idosos que conhecem a floresta, a agricultura orgânica, a etnomedicina, o rio, o igarapé, a pesca, caça sem predação, a sustentabilidade e harmonia junto à natureza e que tem muito a ensinar a todos nós.

Os Guarani são bilíngues, mantêm sua língua materna (a primeira língua, Guarani) e também aprendem a língua portuguesa para estabelecer laços com a cidade através de trocas culturais, com revenda de produtos agrícolas, artesanato e vivência, assim como para divulgar o Coral e a Dança Guarani em eventos em diversas atividades fora da Aldeia.

A alegria, descontração, o trabalho artesanal, a religiosidade, a manutenção de tradições, a língua, a filosofia, os saberes, a preservação da floresta e das matas, a ecologia humana e ambiental são alguns indícios que caracterizam o Povo Guarani em um sentido geral, no entanto, sua lógica interna, seus afazeres, modo de vida em comum, a coletividade, os laços de parentesco e seus hábitos cotidianos formam a base familiar e social entre eles (e elas) e a percepção, compreensão e "sentir" o dia-a-dia desse povo são ações que podemos vivenciar apenas "in loco", convivendo e aprendendo diariamente novos "valores" e "sentimentos" de um propósito que é coletivo, comum, que une e identifica cada homem e casa mulher Guarani de Jacundá assim como de todo o Brasil.

Texto e Fotos: Ariana da Silva
Opy ("Casa de Reza")
Kokue ("Roça" - no caminho)

Aldeia Jacundá - Pará - Amazônia - Brasil

Aldeia Guarani, Natureza Preservada, Pôr do Sol