A Aldeia Jacundá é de propriedade regularizada e pertence coletivamente aos Guarani, sendo ladeada pela fonte do Igarapé Jacundá, que corre por dentro, utilizado como espaço de atividades em geral: banho, serviços domésticos (lavar roupa, louça), entretenimento, entre outros.
Os Guarani são conhecidos no Brasil inteiro como os "Teólogos da Floresta" por ter em sua base cultural uma religiosidade forte e apurada, com princípios éticos sui generis, filosofia e visão de mundo próprias, além de conhecimentos tradicionais e saberes ancestrais que são reproduzidos na Aldeia a cada geração, com o intuito de fortalecer as relações de parentesco, amizade e alegria desse povo, que resistem cotidianamente por sua sobrevivência física, social, cultural, artística e humana ao longo do processo de anos de enfrentamento sob a pecha de "dominação do branco" ou da "hegemonia ocidental" que ainda hoje, através do Estado e de outros aparelhos ideológicos, mantêm contato, sem jamais esquecer de suas tradições históricas e de seus valores enquanto pertencentes a um povo, o Povo Guarani.
Em Jacundá vivem crianças, jovens, adultos e idosos que conhecem a floresta, a agricultura orgânica, a etnomedicina, o rio, o igarapé, a pesca, caça sem predação, a sustentabilidade e harmonia junto à natureza e que tem muito a ensinar a todos nós.
Os Guarani são bilíngues, mantêm sua língua materna (a primeira língua, Guarani) e também aprendem a língua portuguesa para estabelecer laços com a cidade através de trocas culturais, com revenda de produtos agrícolas, artesanato e vivência, assim como para divulgar o Coral e a Dança Guarani em eventos em diversas atividades fora da Aldeia.
A alegria, descontração, o trabalho artesanal, a religiosidade, a manutenção de tradições, a língua, a filosofia, os saberes, a preservação da floresta e das matas, a ecologia humana e ambiental são alguns indícios que caracterizam o Povo Guarani em um sentido geral, no entanto, sua lógica interna, seus afazeres, modo de vida em comum, a coletividade, os laços de parentesco e seus hábitos cotidianos formam a base familiar e social entre eles (e elas) e a percepção, compreensão e "sentir" o dia-a-dia desse povo são ações que podemos vivenciar apenas "in loco", convivendo e aprendendo diariamente novos "valores" e "sentimentos" de um propósito que é coletivo, comum, que une e identifica cada homem e casa mulher Guarani de Jacundá assim como de todo o Brasil.
Texto e Fotos: Ariana da Silva
Opy ("Casa de Reza")
Kokue ("Roça" - no caminho)
A aldeia fica no município de Rondon ou no de jacunda?
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